quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Raul Seixas, um maluco total


Enquanto em meio a uma ditadura militar as pessoas se esforçavam para serem consideradas normais, padronizando-se com os mesmos gostos, pensamentos e opiniões impostos pelos militares, Raul fugia destes padrões e aprendia a ser louco, um maluco total.

Controlando sua maluquez, misturada com sua lucidez, Raul seguia o seu caminho em busca da expressão máxima de sua loucura (seria tal expressão máxima a Sociedade Alternativa); um caminho que escolhera e trilhava com perfeição, talvez por ser o caminho da loucura o mais fácil a ser seguido por um gênio em plena ditadura militar.

Mas não haveria outros caminhos que pudessem ser seguidos por um gênio como Raul?

Não sabemos. Sabemos apenas que aquele que cantava não era Raul Santos seixas, e sim (basta analisar o início do seu clássico Maluco Beleza para perceber) a própria loucura, a loucura que um dia falou pela caneta de Erasmo de Roterdã, a loucura mulher com sua doce voz feminina elogiando a si mesma pela beleza e esplendor de sua maluquez.

Márcio Jardson

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