Sobre o Phallos: "O gênio e o louco num ponto se assemelham: ambos vivem em um mundo diferente daquele em que vivem os outros mortais."
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Dois pensamentos de Schopenhauer
Sobre o Phallos: "O gênio e o louco num ponto se assemelham: ambos vivem em um mundo diferente daquele em que vivem os outros mortais."
sábado, 26 de setembro de 2009
Nikos Kazantzakis - Parte II
Foi correspondente estrangeiro na Espanha, cobrindo a Guerra Civil Espanhola para um jornal grego. Em 1938, depois de longa gestação e várias re-escrituras, foi publicado seu poema épico "Odisséia" (Odíssa – 1938), uma obra em 33333 versos, uma continuação e atualização da "Odisséia" de Homero. Reapresentação poderosa do espírito grego em verso, como foi o seu Zorba, o Grego em prosa. Kazantzakis retira Odisseu do texto homérico logo após matar os pretendentes, coloca-o de volta ao mar e o faz percorrer um longo percurso: de Ítaca a Esparta, onde seqüestra Helena e vai até Creta. Depois de assistir à derrota impingida ao rei minóico por forças vindas da Grécia continental, embarca para o Egito à procura da fonte do rio Nilo. Chegando ao lago Vitória, constrói sua cidade ideal ou, como diz o narrador, a cidade de Deus. Quando a obra está completa, sobrevém um terremoto que a destrói completamente. Odisseu, já agora transformado em asceta, abandona a cidade destruída e se dirige ao sul do Egito à procura do mar. Aí chegando, constrói um barco para si e se lança de novo ao mar em busca de seu destino. Ao se aproximar da região polar, seu barco se choca contra um grande iceberg. O choque é tão violento que Odisseu é projetado contra o grande bloco de gelo, desaparecendo. Uma alegoria do espírito do homem, condenado a vagar eternamente em busca de sua obra, algo que o possa imortalizar. Infelizmente esta obra não possui tradução para o português.
Em 1939 foi convidado pelo Conselho Britânico para trabalhar em Londres, durante os primeiros meses da Segunda Guerra Mundial. Em 1940, Kazantzakis retornou à Grécia, onde viveu sob a ocupação alemã. Não por acaso a ocupação do seu país é tema inerente aos seus textos. Seus livros são verdadeiros retratos do espírito livre aprisionado pela violência. Suas palavras, aprisionadas pelo tema dor, ainda assim dançam. Símbolo de sua vida e de seus personagens, que dançam, mesmo aprisionados pela infertilidade de seu tempo ou pelas agruras da guerra.
Corte
O pulso grita: corte-me
O homem grita: corto-o
Vem a razão e grita: calem-se.
Cai em prantos o homem sobre a faca e o pulso.
Receitas Literárias - Steak Tartare Russo
Ingredientes:
• 3 colheres (chá) de Ivan Bunin
• 1 colher (sopa) de Nabokov
• 2 colheres (chá) de páprica Gorki
• 2 colheres (sopa) de Soljenítsin
• 1 Blavatski pequena
• 4 Ayn Rand
• 2 colheres (sopa) de Turguenev
• 2 colheres (sopa) de Tolstói em conserva
• 6 Maiakóvski médios
• 300 g de filé de Dostoiévski
Modo de preparo:
Corte o Dostoiévski em tiras de meio centímetro de espessura. Em seguida, pique o mais fino que conseguir, até sua alma ficar transparente. Pique os Maiakóvski e os Toltói finamente. Descasque a Blavatski, rale e coloque numa tigela. Junte o Dostoiévski, os Maiakóvski e os Toltói, duas Ayn Rand, o Turguenev, o Soljenítsin, a metade do Gorki, o Nabokov, o Bunin e o Gógol. Misture com uma apaixonada insanidade até obter uma massa homogênea de tragédia e desespero. Se preferir, selecione os ingredientes à sua escolha e misture-os numa massa heterogênea de genial devaneio e doido realismo. Divida o Dostoiévski em 2 partes, faça uma bola e achate-a na parte central. Disponha os bifes nos pratos e coloque uma Rand no centro de cada um deles. Polvilhe o restante do Gorki e sirva-se. Saboreie com toda a crueza possível, nas madrugadas de insônia e loucura. Que estarão garantidas após provar pela primeira vez este prato.
Bebida para acompanhamento de poética anarquia ou anarquia poética: Vodka Pushkin 1835 ou Bakunin 1873.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
De Processos, Excessos e Retrocessos
É parte da profissão de escritor (ou melhor, da vocação) tornar-se perigoso. Escrevendo, quebramos as palavras, seus sentidos e suas sentenças, e com seus cacos ferimos a estática da vida comum. Em especial nestes tempos de arrefecimento dos credos, de canais dedicados a arrancar dízimos, de rádios voltadas para barulhos cada vez menos música. Tempos de saber e de som cada vez mais escassos. De ignorância e barulho sempre mais presentes. Quando a pobreza de espírito e a carência de coragem tornam as mentes vazias como um cântaro, cabe a nós enchê-lo com nosso vinho e nosso veneno.
Sim, e apenas o veneno da inquietude pode matar a sociedade que se constrói nestes tempos de medo e ódio. Medo de ousar, ódio ao novo e diferente. Não demora a época em que se criará um Ministério da Fé, da Moralidade e Bons Costumes, a exemplo do Afeganistão dos Mujahedin. Padre Marcelo titular e Pedir Mais Cedo (digo, Edir Macedo) adjunto. Censura religiosa já é um fato: apenas igrejas cristãs têm direito a espaço na TV, apesar de ser uma concessão pública de um estado laico. Nos grandes veículos de comunicação apenas a opinião compatível ao clero circula livremente. Músicas que censuram o comércio da fé já foram censuradas na rádio Pajeú de Afogados da Ingazeira, por exemplo. Se a direção nega o que digo, prove: deixe que o povo ouça a música “No comércio da fé Jesus não passa de um produto vendido a prestação”, dos Nonatos.
Jornalistas denunciam as falcatruas de certos bispos e fiéis acorrem a ocupar a justiça com processos contra a liberdade de expressão.
Não demora, e teremos leis no Congresso tentando proibir os estudos biológicos à luz do evolucionismo para lançar os estudantes nas trevas do criacionismo. Quiçá não votem uma lei decretando que a Terra seja o centro do universo, liso e plano. E decretos instituindo que não-cristãos não têm alma e, portanto, também não têm direitos. Já vem lá a educação religiosa nas escolas, logo haverá um índex de livros proibidos para os estudantes, de verdades não ditas.
E tal cenário será o ideal para nós escritores, pois é quando o saber é ameaçado pelo abismo da incompreensão, quando os ódios exacerbados ditam o comportamento e o pensamento das massas, quando o retrocesso se avizinha do atraso, que cabe a nós escrever, nas palavras de Pilar del Río, “um libro que não nos vai deixar indiferentes, que provocará nos leitores desconcerto e talvez alguma angústia, porém, amigos, a grande literatura está aí para cravar-se em nós como um punhal na barriga, não para nos adormecer como se estivéssemos num opiário e o mundo fosse pura fantasia”.
Quando a regra tornar-se a negação da verdade, a fuga da realidade, caberá à ficção despertar do torpor os seres humanos, mostrando a música que não poderá ser calada.
Sim, que venham as perseguições, as fogueiras, pois nosso martírio sem recompensas será mais sincero: não estamos à espera de uma vida eterna. Não nos seduz a idéia de santidade. Não buscamos substituir os ídolos, mas destruí-los.
Arte além da arte
Por Thiago Caldas
Todo Grande Homem é Cético
Arte Poética
Mirar el río hecho de tiempo y agua
y recordar que el tiempo es otro río,
saber que nos perdemos como el río
y que los rostros pasan como el agua.
Sentir que la vigilia es otro sueño
que sueña no soñar y que la muerte
que teme nuestra carne es esa muerte
de cada noche, que se llama sueño.
Ver en el día o en el año un símbolo
de los días del hombre y de sus años,
convertir el ultraje de los años
en una música, un rumor y un símbolo,
ver en la muerte el sueño, en el ocaso
un triste oro, tal es la poesía
que es inmortal y pobre. La poesía
vuelve como la aurora y el ocaso.
A veces en las tardes una cara
nos mira desde el fondo de un espejo;
el arte debe ser como ese espejo
que nos revela nuestra propia cara.
Cuentan que Ulises, harto de prodigios,
lloró de amor al divisar su Itaca
verde y humilde. El arte es esa Itaca
de verde eternidad, no de prodigios.
También es como el río interminable
que pasa y queda y es cristal de un mismo
Heráclito inconstante, que es el mismo
y es otro, como el río interminable.
No amor todo silêncio é ouvido
O que mais me alucina é um olhar triste quando quer sorrir. Um sapato distante do seu par também me alucina. Como a companhia de uma solidão a dois. Maria é professora de português. Profere que gosta de minhas palavras; mas, segundo ela, só escuta o silêncio de minhas frases. Diz que minhas palavras me calam, enquanto penso que elas expressam-me.
Um escritor se faz com os silêncios de suas palavras.
No amor alucino qualquer razão para que o declarar seja intenso. A palavra nuança o amor, nubla o amor. O amor insinua-se rubor na face, cerrar de pálpebras num último aceno, insinua-se despedida para ser logo acolhido. O amor deseja ser embalado pelos silêncios das cantigas de ninar. Quem nunca confessou o amor apenas com a ternura do olhar? Quem nunca cantou sua canção favorita sem um rumor sequer? Quem nunca leu um poema nos olhos da pessoa amada?
Palavra não quer dizer intimidade. A intimidade possui outras vestes, diferente do amor. O amor se veste com adequada nudez. No amor nem toda centelha é fogo. Seu rosto de noite é travessura. Ebriedade. Seu rosto de noite é solidão. Seus cílios se afeiçoam a tristeza, se afeiçoam a loucura. A loucura é sua melhor razão. Maria diz saber ouvir o dormir de minhas palavras. O rumor da palavra apenas assusta a ternura, continua.
Quanto às palavras, eu as cultuo como a um deus. As palavras vestem a ternura, dão-lhes trajes de festa. Em silêncio a linguagem ajoelha-se para melhor rezar a palavra pecado. No silêncio da palavra pecado é onde reside a sua santidade. No silêncio do amor os amantes melhor se ouvem.
Maria chora em silêncio um amor que não teve. Minha poesia chora em palavras por um dia que não houve haver.
Nikos Kazantzakis - Parte I
Nikos Kazantzakis nasceu na ilha de Creta durante o domínio turco, em 18 de fevereiro de 1883. Para fugir da instabilidade política na terra natal, os pais de Nikos Kazantzakis inscreveram-no numa escola de padres franceses na ilha de Naxos. Sua literatura e filosofia, porém, jamais fugiriam dessa realidade de luta. Pelo contrário, a paixão com que encara qualquer tema, a veemência e violência literária com que aborda a realidade do ser humano demonstram a influência das guerras de independência em seu espírito, mais até do que os personagens que vivenciam a guerra em seus romances. Entre 1902 e 1906 estudou direito em Atenas. Nessa época começou a publicar seus primeiros textos. Em 1907, sua peça "O Dia está Raiando" foi encenada em Atenas, em meio a grande controvérsia. Em outubro deste mesmo ano, Kazantzakis mudou-se para Paris, para estudar com seu tutor, o filósofo Henri Bergson. Na capital francesa, começou uma carreira de escritor e jornalista. Reclamava na sua correspondência das dificuldades de viver na então capital mundial da cultura. Viajou à União Soviética a convite do governo bolchevique, escrevendo nesta fase o romance Toda Raba. Entusiasta do cinema, arte bem recente naquela época, o romance parece um roteiro cinematográfico, com cortes de cena rápidos, superposição de cenários e rapidez lingüística e imagética. Parece um livro para durar o tempo de uma película (que duravam algumas horas a mais do que atualmente). Ou um filme para ser lido. Kazantzakis demonstra já aqui sua exuberância criativa, sua incrível capacidade narrativa. Os personagens sucedem-se rápidos e densos, assim como suas descrições. Seu espírito violentamente livre também não passa despercebido. Entusiasta da revolução russa, não deixa, porém, de fazer uma previsão pessimista na voz do personagem Ephraim Michalovitch: “Eu sei ainda isto que vocês, os comunistas, não sabem, não ousam saber: logo que os assaltantes tomarem o poder – a mesa – eles começarão, eles também, a engordar e a se entorpecer. E outras massas sofredoras e famintas surgirão de novo sobre a terra. Assim, as torrentes humanas sobem e descem em cadência, sem trégua, até o fim dos séculos. É isso que sei, ó alminhas práticas!”
Uma previsão que antecipava o romance “A Revolução dos bichos (Animal Farm)”, de George Orwell, no mundo literário, e os abusos que seriam cometidos pelo regime posteriormente, sob o controle de Stálin, na esfera política.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Flagrante
Por uma boa causa, claro. A democratização do conhecimento. Nessas horas cogito ser mais autoritário.
Para a Psicologia do Artista
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Relógio
Tic Tac,
Grita insistente o relógio;
Matando os homens,
Jogando-os para a velhice,
Enterrando-os no esquecimento.
Tac tic,
Escuta o atrasado,
Sem saber que em dois segundos
A travessia de uma avenida
Tornar-se-á fatal.
TAC...
O poeta desliga o relógio;
A ele não importa o tempo.
Só importa a inspiração
no momento em que se debate com Sofia.
Mata agora o tempo com a eternidade.
Márcio Jardson
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Crítica literária
Receitas Literárias - Você é o que come
Sopa Francesa (pode-se comer com colher; é preferível, porém, sorvê-la diretamente do prato. Deve ser servida morna)
- Num grande caldeirão:
- Derrame dois litros de Vitor Hugo,
- Duas xícaras de Stendhal,
- Três punhados de Balzac,
- Quatro filés de Sartre refogados em Beauvoir,
- Um Marquês de Sade bem picado,
- Meia Duras em rodelas,
- Uma pitada de Mallarmé,
- Rimbaud a gosto,
Leve ao fogo brando durante seis horas a fio na madrugada.
Adicione:
- Dois bifes de Zola e um filé de Voltaire moídos.
Leve novamente ao fogo da aurora ao crepúsculo.
Bebidas para acompanhamento:
- Vinho Verlaine 1877;
- Champanhe Baudelaire 1865.
Elogio da Sombra
A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão.
Buenos Aires,
que antes se espalhava em subúrbios
em direção à planície incessante,
voltou a ser La Recoleta, o Retiro,
as imprecisas ruas do Once
e as precárias casas velhas
que ainda chamamos o Sul.
Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;
Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;
o tempo foi meu Demócrito.
Esta penumbra é lenta e não dói;
flui por um manso declive
e se parece à eternidade.
Meus amigos não têm rosto,
as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,
as esquinas podem ser outras,
não há letras nas páginas dos livros.
Tudo isso deveria atemorizar-me,
mas é um deleite, um retorno.
Das gerações dos textos que há na terra
só terei lido uns poucos,
os que continuo lendo na memória,
lendo e transformando.
Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou.
Jorge Luís Borges
domingo, 20 de setembro de 2009
Loucos Engajados
Trata-se de uma ilha de leitura, de conhecimento e beleza compartilhados, lançada num mar de superficialidade em que tem naufragado a cultura ocidental.
Haverá espaço para toda obra de arte que ultrapasse o instantâneo. Não trataremos aqui do enlatado produzido para vender e desaparecer. É o indelével, o que cria nódoas em nosso ser a matéria de nossas masturbações intelectuais.
Especial dedicação será atribuída à literatura. Contudo, também discutiremos cinema, pintura, música, quadrinhos e todos os et ceteras que calam nossa alma.
Quando Criança
Quando criança pedia desculpas a Deus por roubar manga no colégio, por comer escondido em baixo da mesa da cozinha a margarina do café; por não saber chorar baixinho. Quando criança roubava doces para as formigas, queria vê-las com os dentes cariados. Quando criança rezava em voz alta pra chegar amplificado aos ouvidos de minha avó, e lhe ouvir dizer: “Escuta, Socorro, o menino rezando!” Minha mãe ria compreendendo o meu rezar. Quando criança meus fantasmas de hoje ainda molhavam as fraldas, e eu pra não ficar pra trás os acompanhava. Quando criança provei do corpo de cristo e não gostei de senti-lo nas estrelas da boca. Quando criança tinha uma tristeza me habitando o paraíso.
Quando criança alucinava baixinho qualquer vontade de voar, pra não cair do alto de minha ilusão. Namorei uma menina da escola durante três meses sem ela saber; o namoro terminou assim que ela soube. Quando criança chorava em segredo o pranto miúdo de minha avó. Pintava com meu avô suas derradeiras ilusões de político, até ele partir politicamente correto de paletó, gravata e meias furadas.
Quando criança, tive a altivez de uma noite eterna. Quando criança, minha última estrela se chamou Socorro.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Phallos
Feminilidade não é sinônimo de superficialidade. Também elas possuem um sangue branco que brota do seu ser. Alimento da vida. Um novo calor a envolver o Phallos. Que o agarrem com força redobrada. Sentir mais profundo. É para o feminino que a verdadeira masculinidade aponta.
Uma masculinidade para além do homem, para além da moda. Um pensar ereto acima da idiotice. Será nosso Phallos o martelo para quebrar o velho no homem. Um super-Phallos para o ubermensh.
Sejam bem-vindos os que buscam uma nova semente, um novo sentir. Não nos sigam, porém. Não nos definimos caminhos.
A criança geopolítica observa, atenta, o nascimento do novo homem. Lancemos sua semente.