quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Picasso n'As Senhoras de Avignon


Pintura: Picasso: "Les Demoiselles d'Avignon"

Não poderíamos começar as críticas das artes plásticas do Phallos com outro nome de múltiplo sentido mais pertinente que Picasso. E, como o Phallos pende para o lado feminino, falemos das Senhoras de Avignon.
Uma nova estruturação plástica nasceu a partir deste quadro, que permaneceu inacabado. Picasso rompeu com o cabaço de todo e qualquer conceito tradicional de proporcionalidade, beleza, harmonização das formas e perspectiva. Resultado de uma leitura intimista da arte negra, a obra ganhou duas personagens primitivas, cujas cabeças parecem talhadas a machado. Podemos afirmar que a própria estética rígida era rompida a machado. O contraste com o restante do quadro é acentuado pela cor empregada e pelo furor na expressão. Um escândalo às convenções da arte ocidental, causando uma confusão até hoje evidente no seio da classe burguesa, que consome esta arte sem compreender sua beleza. As duas figuras da direita (de quem observa) certamente são sementes do cubismo. O quadro mescla tendências. A personagem central, em posição sensual, e a da esquerda lembram a fase rosa e são belas se comparadas aos corpos deformados da ala Primitivista. Já a figura da esquerda, estática, parece usar uma máscara. O que todas as personagens têm em comum é uma rara geometrização, numa ânsia de Picasso de destruir tudo e arrebatar o mundo com a nova concepção estética.
Um verdadeiro Phallos deflorava as barreiras da arte para criar um novo cânone, não mais sagrado. O cânone da liberdade criativa.

Texto cedido pela Pinacoteca Caras.

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