quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nikos Kazantzakis - Parte III


"Não tenho nenhuma esperança. Não tenho medo de nada. Sou livre." Epitáfio do poeta, novelista, dramaturgo e filósofo Nikos Kazantzakis, gravado em seu túmulo em Heraclion, na Ilha de Creta.

Envolvido na política nacional, Kazantzakis foi nomeado Ministro da Educação (1945) e tornou-se dirigente do partido socialista grego (1946), deixando no mesmo ano tais ocupações e passando em seguida a viver na Inglaterra e depois na França, onde finalmente instalou-se na cidade de Antibes. A fama e o reconhecimento literário, como em geral ocorre, independentemente do país, vieram quando as obras de Nikos Kazantzakis foram traduzidas para outras línguas e ganharam as telas de cinema em adaptações de grande projeção. Com certeza o autor ficaria eufórico com a adaptação de suas obras. O Cristo Recrucificado recebeu o título de "Aquele que deve morrer" (Celui qui doit mourir), com a direção de Jules Dassin e com Melina Mercouri no principal papel feminino, e foi exibido pela primeira vez no Festival de Cannes de 1957. "Zorba, o Grego", foi publicado pela primeira vez em 1943 e recebeu uma versão cinematográfica em 1964, dirigida por Michael Cacoyannis e estrelada pelo ator Anthony Quinn. O filme fez um extraordinário sucesso e deu ao nome de Kazantzakis reconhecimento mundial. Outra obra de Kazantzakis adaptada para o cinema foi "A Última Tentação de Cristo". Publicada em 1948, a obra foi levada às telas em 1998 por Martin Scorsese e estrelada por Willem Dafoe, causando grande polêmica pelo tratamento humano dado à figura de Cristo. Na época de sua publicação, o romance causou a excomunhão de Kazantzakis da igreja ortodoxa grega e colocou o autor no Índex da igreja católica romana.
Em 1956 Nikos Kazantzakis recebeu o Prêmio Internacional da Paz. O escritor foi também tradutor de Dante e Goethe e de outros autores clássicos para o grego moderno. Em 1957 fez uma viagem à China, presenciando mais uma revolução sangrenta das tantas ocorridas no século vinte, das quais quase sempre foi testemunha. Na China, adoeceu. Foi transferido para Copenhague e depois para um hospital em Freiburgo, na Alemanha, onde acabou falecendo. Seu corpo foi transladado para sua cidade natal, Heraclion, na Ilha de Creta.
Seu epitáfio é uma adaptação das palavras do seu personagem Geranos, no romance Toda Raba:
Não creio, não espero. Sou livre.
Socó Pombo



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