quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nádegas a declarar

Os caras de bunda ficam abismados com a ousadia do Phallos

Em um país onde a bunda é a preferência nacional, e como esta também é preferência do Phallos, não há melhor título para uma seção que busca resumir e transmitir as formas e o pensamento do “povo” (vulgo povão, maioria de pessoas de uma determinada sociedade. Entenda: um homem só é sábio, o povo em geral é burro, alienado ou preconceituoso, dependendo de seu líder atual. O homem não consegue pensar em comunismo, então pensa em socialismo, elegendo uma pessoa para ser seu cérebro) que só pensa em bunda. Mas há uma grande diferença entre pensar em bundas e pensar com a bunda, ou com o Phallos, fica ao gosto do cliente. Sabemos que mesmo as bundas mais literatas não são capazes de formular um pensamento ordenado e, assim sendo, não conseguem, ao ler um jornal, entender suas críticas jornalísticas, usando-o para sua higiene pessoal (no caso desses que pensam com a bunda, higiene mental). Resumindo, nada de bom sai da boca de quem pensa com a bunda (já que apenas as mais pervertidas bundas deixam entrar em si algum conhecimento que possa vir a ser usado para melhor formular seus futuros diálogos), então estes que assim procedem tornam-se exímios em falar merda (você sabe como são as bundas, sempre levantando a voz em lugares inconvenientes e apertados e deixando-nos encabulados, como por exemplo em elevadores); sem falar que essas pessoas usam seus pensamentos como assento, amassando sua genialidade com o peso do seu corpo. Pensar com a bunda é algo difícil (dos que pensam com o cérebro aguentarem), porém mais difícil é pensar com as nádegas; afinal, neste caso os problemas aumentam. Primeiro há a questão da capacidade (se de uma bunda já não sai nada que preste, imagine que se dirá de sua metade); depois, existem as divergências políticas, já que uma das nádegas é de direita e a outra de esquerda. Mas como a vida, assim como algumas cadeiras, é dura, as nádegas permanecem lado a lado pelo bem da coletividade; e, nos caminhos tortuosos da vida, para não dançar, elas rebolam como podem. O pior acontece quando uma nádega entra em decadência, ou a outra une-se a ela em sua vertiginosa queda (nada mais vertiginoso que uma bunda caída), ou tenta com todas as forças manter-se em pé diante das dificuldades, danificando assim o conjunto (já imaginou alguém com meia bunda caída?). No fim das contas, pensar com as nádegas torna-se um problema a ser estudado pelos anais da história, já que existe um vale separando as nádegas e neste um poço cheio de divergências morais, no qual é melhor não penetrarmos, evitando assim a liberação de alguma dor ou desejo oculto. Nada tenho contra as pessoas que pensam com a bunda; ao contrário, eu até gosto delas (das pessoas e das bundas femininas). Quero apenas que se deixe com cada parte do corpo a sua função específica; contudo, não posso ficar me metendo na bunda alheia sem a devida permissão. Que façam de suas bundas o que bem entenderem. Peço em último caso àqueles que usam sua bunda para pensar que não deixem que a fonte de suas idéias e ideais se esvazie: siliconem a sua fonte de pensamento, exercitem-na, mantenham-na sempre preparada para uma peleja; quem sabe um dia um dos fundadores deste periódico não discuta tópicos do Phallos com a sua bunda? (?!) Do resto, como diz o grande sábio e Pensador, Gabriel: “nádegas a declarar”.

Josué Manfredine

Nenhum comentário: