sábado, 24 de outubro de 2009

Indicações de leitura do Phallos - parte I

Biblioteca do mosteiro de Melk, Áustria

O Phallos celebra uma parceria de sucesso com a Igreja Católica e passa agora, com o apoio desta instituição, a indicar leituras proveitosas e edificantes:

Index librorum prohibitorum


A primeira censura oficial surgiu em 1559 (algumas fontes datam de 1557), com a publicação do Index auctorum et librorum prohibitorum, sob a direção do papa Paulo IV. Conhecido como Index Paulino, foi o primeiro de muitos indexes papais, num total de quarenta e dois. Tinha como propósito guiar censores em suas decisões sobre quais publicações autorizar e quais proibir, pois os impressores não tinham liberdade para publicar sem autorização oficial. Em janeiro de 1562 o Concílio de Trento tratou do índice de autores e livros proibidos, que era considerado por alguns como muito restritivo. Após os discursos iniciais, o concílio nomeou uma comissão para criar um novo índice. O concílio, porém, terminou antes de ser apresentado o novo índice pelo papa Piu IV e publicado em 1564, chamado Index Tridentino. Constituiu o mais autoritário guia da igreja já publicado, sendo suas listas a base para todos os subsequentes. Suas regras valeram ainda como o guia para os futuros censores.

Os princípios dessa censura, no entanto, já se apresentavam desde 1515, apresentados no quinto concílio de Latrão. A trigésima segunda edição do Index incluía quatro mil títulos. Em 1966 a lista negra foi suprimida oficialmente, porém os setores mais tradicionalistas da igreja continuam adotando-o, como o Opus Dei. Tais setores inclusive continuam atualizando o índice com livros da atualidade que de alguma forma desafiem os dogmas católicos, a exemplo dos livros O Evangelho segundo Jesus Cristo, de Saramago, O Pêndulo de Foucault, de Humberto Eco, O código da Vince, de Dan Brown, Prece ao Pecado, de Alessandro Palmeira e O Evangelho de São Pecador, do Frei Luiz Vaz Quevedo.

Começaremos com alguns autores de ficção presentes na lista (romancistas, novelistas, poetas):

Autor Ano da inclusão Obra Banida

Samuel Richardson 1744 Pamela
Laurence Stern 1819 Uma jornada sentimental através da França e Itália
Stendhal 1828 Todas as suas histórias de amor
Victor Hugo 1834-1969 Os miseráveis; O corcunda de Notre Dame
George Sand 1840 Todas as suas histórias de amor
Honoré de Balzac 1841-1964 Todas as suas histórias de amor
Eugene Sue 1852 Todas as suas histórias de amor
Dumas Pai 1863 Todas as suas histórias de amor
Dumas Filho 1963 Todas as suas histórias de amor
Gustave Flaubert 1864 Madame Bovary; Salambô
Gabriele D’Annunzio 1952 A mulher romana

Perceba que histórias de amor são consideravelmente anti-cristãs.

Nas próximas partes, filósofos e outros romancistas.

Socó Pombo

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