quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Resultados da VII Bienal do livro de Pernambuco e nossa opinião


A Cia de Eventos, responsável pela produção da Bienal internacional do livro de Pernambuco em sua sétima edição, divulgou os números da mesma, que o leitor pode conferir abaixo. É inegável a importância deste evento para Pernambuco e para os divulgadores e incentivadores do livro e da leitura. Alavanca os negócios editoriais e o surgimento de novos leitores. A cultura em geral sai vitoriosa, com maior inclusão de pessoas no mundo das ideias. Lógico é que não é esse o principal intuito dos empresários que investem no livro. Tal investimento ocorre porque se torna um bom negócio. Mas o livro sai vitorioso assim mesmo.

O Phallos não pode, porém, deixar de destacar os pontos negativos, que não ficaram nos números, mas na organização da bienal. O primeiro ponto a se destacar, e que já foi criticado desde o início pelos principais veículos de comunicação que fizeram a cobertura do evento foi o barulho. Os principais espaços para debates, apresentações, oficinas e lançamentos estavam cercados por estandes barulhentos, inclusive com espetáculos musicais ocorrendo ao mesmo tempo em que as principais palestras. A mistura dos estandes e a ausência de sinalização também dificultaram a vida dos visitantes, pois não se sabia onde encontrar editoras, livrarias ou bancas de revista. Com tudo misturado, fica difícil voltar o foco para seu gosto particular e a visita tem seu tempo estendido, sem a certeza de encontrar o que procura. Na primeira vez, é ótimo, pois se quer mesmo visitar tudo, ver aquele maravilhoso mundo de livros ao seu redor. A partir da segunda visita, porém, o foco é mais restrito e procurar por três horas pelo estande almejado cansa.

O ponto que mais destaco, contudo, é o fato de não se encontrarem os livros dos principais autores convidados, com exceção do homenageado Raimundo Carrero, que contava com um estande com todos os seus livros. Caminhei por todo o centro à procura da Trilogia suja de Havana, de Pedro Juan Gutiérrez, e não consegui encontrar em nenhuma livraria. Não tive melhor sorte com Federico Andahazi, e o próprio reclamou da falta de um display para apresentar seus livros. Não é apenas ouvir o autor que interessa ao leitor, mas principalmente ler sua obra. O acesso às obras dos escritores convidados, mesmo as ainda não traduzidas para o português, deve ser um ponto importante a se trabalhar para a próxima bienal.

O sucesso será ainda maior.

Bienal 2009

  • 11 dias
  • Mais de 600 mil pessoas
  • R$ 30 milhões em negócios e serviços
  • 1 milhão e 800 mil livros vendidos, a um custo médio de R$ 17 reais
  • 10 mil livros arrecadados na campanha de doação de livros
  • 270 atrações, entre palestras, debates, apresentações e oficinas
  • 230 lançamentos
  • 2.500 empregos formais e informais gerados
  • 400 editoras
  • 260 stands

Bienal 2007

  • 10 dias (05 e 14 de outubro de 2007)
  • 220 stands
  • 120 palestras
  • 200 lançamentos
  • R$ 15 milhões em negócios e serviços
  • 2.500 empregos indiretos
  • 600 mil livros vendidos
  • 550 mil pessoas

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