terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sobre a Filosofia e outros diálogos

"Hoje de manhã me perguntaram se eu escrevia para a maioria ou para minoria, e eu respondi, como respondi tantas vezes, que se fosse Robinson Crusoé, em minha ilha deserta, eu continuaria escrevendo. Ou seja, eu não escrevo para ninguém, eu escrevo porque sinto uma íntima necessidade de fazê-lo. Isso não significa que eu aprove o que escrevo, posso não gostar, mas eu tenho que escrever aquilo naquele momento. Caso contrário, me sinto... injustificado e infeliz, sim, desventurado. Por outro lado, se escrevo, o que eu escrever pode não ter valor, mas enquanto escrevo me sinto justificado; penso: estou cumprindo com meu destino de escritor, sem considerar o que minha escrita possa valer.”
Borges, trecho do livro Sobre a filosofia e outros diálogos

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