segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

No sexo, a fome é quem sacia

Pintura: Gustav Klimt - Meio-friso de Beethoven

Quero teus seios nus em minhas mãos.
Teu gozo em meus lençóis.
Teu úmido desejo em meu deserto.
Tua boca em meu sedento.

Quero tua ardência queimando dentro.

Quero a homilia sussurrante dos corpos.
O ritmo obsceno dos quadris.

Quero tua pele, teu suor, teu cheiro, teus espasmos.
Quero tua língua em minha sede.

Quero minha carne tatuada de tuas mordidas.
Tuas deliciosas e dolorosas mordidas.

Oferto-te, inteira, a minha fome.

Por que hás de querer a minha fome?

Queres porque a minha fome te basta, porque a minha fome te sacia,
A minha fome te oferece extremos.
A minha fome te violenta, te oferece orgasmos.
A minha fome te oferece a delícia de prová-la.

Um gosto de sexo na boca.
Um gosto de boca no sexo.

A minha fome te farta.

No sexo, a fome é quem sacia.

Alessandro Palmeira

Nenhum comentário: