segunda-feira, 8 de março de 2010

Mudo Caos

Pintura: Salvador Dalí - Reflexões de Elefantes

Eis-me aqui, no palco da vida
encenando desesperadamente um único ato
cheio de uma paixão angustiada e sufocante.

Minha alma chora,
nenhum olhar a refez...
grita
e o mesmo grito ecoa no vazio de mim
feito o vazio.
Talvez em busca de um “sedutor amante
a quem chamavas de Deus.”

talvez em busca de um louco embriagado
pelo néctar da vida.
Sozinho e fútil
… que parece perder-se no caminho.

Busco-me no ato cego e mudo do cenário vazio
um riso parece emergir do caos interior
que me consome,
um caos íntimo e mudo.

A criança que fui
perdeu-se no caminho,
como o louco embriagado de outrora.

E hoje, mesmo perdida e louca,
continua tecendo sonhos
aos olhos da aurora,
compondo versos feitos de sêmen...


Alessandro Palmeira

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