quinta-feira, 18 de março de 2010

Louco Bêbado



Pra que usar de tanta educação

pra destilar terceiras intenções?

Desperdiçando o meu mel

devagarzinho, flor em flor.

Se você nunca ouviu falar em maldição,

nunca viu um milagre,

nunca chorou sozinha num banheiro sujo,

nem nunca quis ver a face de Deus.

Pois aquele garoto que ia mudar o mundo,

e ser artista de nosso convívio,

pelo inferno e céu de todo dia

pra poesia que a gente não vive

transformar o tédio em melodia.

Queria ser teu pão, tua comida,

e ter todo o amor que houver nessa vida

e mais algum remédio que dê alegria.

Esperando que o mundo inteiro acordasse

pra gente ir dormir

e outra vez esquecer,

pois nestas horas pega mal sofrer.

Sempre exagerado,

cansado de correr na direção contrária,

sem pódium de chegada ou beijo de namorada;

mais um cara

capaz de encontrar abrigo no peito de seu traidor.

Um veneno anti-monotonia.

Por quê?

Porque fazia parte do seu show;

faz parte do seu show...

… Cazuza.

Márcio Jardson


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