terça-feira, 13 de julho de 2010

Inundando-me no viver - Como não seria assim?

Ele vive sentado na janela das paisagens que tanto aprecio.
É só dar um vento no capinzal, que lá está ele. Confundo-me no que é mais belo, se o capinzal ou a minha procura de um olhar.
Valsando com a menina dos meus olhos, ele faz do meu sono uma festa.
Esconde-se na cortina entrelaçada dos meus cílios para depois me desejar bom dia.
Brinca de acalento nos meus cabelos, trançando de poema minha manhã.
Quando triste, ele flutua nas minhas lágrimas e chora junto com elas.
Do meu olhar o que será ele, senão uma eterna colheita?
Uma apreciação.
Tão colibri ele é, fazendo pouso na saudade já apurada como mel de flor.
Do sempre, quero somente o manchado envelhecido do tempo nas folhas de um papel em que deixarei escrita a devoção das minhas palavras.
Izabel Goveia

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